O MOVIMENTO QUE MUDOU A HISTÓRIA DA IGREJA
Ao lermos o
inicio do livro de Atos, verificamos que os discípulos, cumprindo determinação
do Senhor JESUS (Atos 1.8), de não se ausentarem de Jerusalém, até que do alto
fossem revestidos, tiveram a magna experiência da descida do Espírito Santo,
capacitando-os com o Poder do Alto tão necessário ao início e desenvolvimento
da Igreja (Atos 2.1-13). A partir daquele momento, estava organizada a Igreja
Cristã Primitiva. Verificamos a partir daí um vertiginoso crescimento. Somente
em duas oportunidades, temos o registro da conversão de 8.000 pessoas (3.000 em
Atos 2.41 e 5.000 em Atos 4.4). Podemos chamar essa Igreja de primitiva, porque
dela fizeram parte os apóstolos, e dela se originou todo o Cristianismo hoje
existente. A pureza doutrinária da Igreja primitiva Até meados do segundo
século foi preservada e o espírito Santo tinha participação no viver dos
cristãos. Essa pureza foi mantida graças à operosidade dos líderes
remanescentes da Igreja que foram discípulos diretos dos apóstolos. Já no final
do século II, como os apóstolos previram, começaram a surgir indivíduos
introduzindo novos conceitos doutrinários com aparência de zelo, mas que na
verdade não passavam de heresias como, por exemplo, o movimento iniciado por
Zeferino, Bispo de Roma, que em 197, questionava a divindade de Cristo.
Doutrinadores falsos já havia no tempo dos apóstolos, mas não prosperaram. Outros
surgiram em vários lugares, contudo não constituíam um ameaça séria à
integridade doutrinária da Igreja. Nesse tempo, a perseguição estava ainda em
vigor, de modo que somente quem estava disposto a sofrê-la aceitava a ser
cristão, o que, aliás, não eram poucos, face às muitas evidências do poder de
Deus entre eles. O povo de Deus se mantinha na sua simplicidade. As igrejas
eram autônomas. Mas a doutrina era uma só: a dos apóstolos. Não havia a figura
de um líder eclesiástico geral. Muito menos de um papa. Todos tinham apenas
Jesus como seu “Sumo Pastor”.
A IGREJA DE ROMA
Essa igreja originalmente pura, em termos
doutrinários, mereceu elogios do apóstolo Paulo (Romanos 1.8); todavia, como as
demais, experimentou problemas doutrinários de várias ordens. Bastar mencionar,
entre os grupos
heréticos que já permeavam as igrejas daquela época, OS GNÓSTICOS, OS
NICOLAÍTAS, OS JUDAIZANTES, ETC. Sem falar nos diversos grupos pagãos, que
“convertidos”, exerceram forte influência sobre a igreja.
No início do
século III, mas precisamente no ano 323, o Imperador Constantino abraçou o
cristianismo. A parti daí cessou a perseguição à Igreja como um todo. O Imperador
concedeu numerosos favores aos cristãos. Praticamente o cristianismo tornou-se
a religião oficial do Estado. Em conseqüência, por ser a religião apoiada pelo
imperador houve a adesão de grande número de pagãos, os quais, sem devida
conversão, trouxeram seus costumes para o seio da Igreja. A partir daí, o
formalismo religioso tomou o lugar do culto simples e vivo. A Igreja de Roma
passou a dominar sobre as demais igrejas com a entrada do imperador Constantino
e infelizmente a Igreja Romana que nós conhecemos hoje é muito diferente da
Igreja Romana do passado que mereceu elogios até do apóstolo Paulo (Romanos
1.8), e isso podemos verificar claramente nas informações que a história nos
fornece, uma mudança de forma gradual e penoso. Vejamos:
Ano 270 – O conhecido “Santo Antônio”, introduziu
a vida em mosteiro no Egito. A partir daí, a vida monástica passou a ser
praticada como forma de piedade.
Ano 370 – Basílio de cesaréia e Gregório de
Nazianzo passaram a professar o Culto dos Santos, introduzindo incensários,
paramentos e altares nas Igrejas, por influência dos pagãos “convertidos”.
Ano 400 – Institui-se a oração pelos mortos e o
sinal da cruz feito no ar.
Ano 431 – A virgem Maria é proclamada a “Mãe de
Deus”.
Ano 593 – Neste ano começou o ensino do Dogma do
Purgatório.
Ano 600 – O Papa Gregório I institui o Oficio da
Missa, e o latim passa a ser usado como língua oficial nas cerimônias
religiosas.
Ano 609 – Aqui começa oficialmente o Papado.
Ano 758 – Neste ano introduziu como
dogma da à confissão dos Pecados aos padres, conhecida como Confissão
Auricular.
Ano 880 – Decreta-se
a prática de canonizarem-se os santos atribuindo o Papa a si, esse direito. Pra
isso, estabeleceu-se que seria necessário organizar-se um processo, onde se
registrariam todas as “provas” de “curas” e “milagres” que estes beatos teriam
realizado em vida, e após a sua morte.
Ano 1074 – O
Papa Gregório VII proíbe o casamento dos padres; no ano seguinte decreta que
todos os padres já casados deveriam divorciar de suas esposas compulsoriamente,
criando um grande problema social para as ex-esposas e filhos naquela época.
Ano 1100 – Neste
ano inicia-se a práticas do Culto aos Anjos.
Ano 1186 – Surgiu
a chamada, “Santa Inquisição”. Para combater os cristãos que não aceitaram a
adoção destas novas doutrinas que não existiam na antiga Igreja Primitiva.
▪ Foi por
causa destas doutrinas heréticas e depravação moral dos Papas que liderava a
Igreja foi que surgiu o movimento denominado Reforma Protestante. O
comportamento imoral de parte do clero, a venda de objetos considerados sagrados, a venda de cargos religiosos e os
grandes senhores feudais que compravam cargos eclesiásticos como forma de
aumentar seu poder fez que surgisse varias manifestações contrárias ao monopólio da Igreja
sobre a religiosidade e contra o comportamento imoral do clero. Os que se levantaram
fazendo parte destas manifestções foram chamados Precursores da Reforma, pois
antencederam o movimento liderado por Martinho Lutero.
OS PRECURSORES DA REFORMA
▪ Foram homens
cultos, de vida exemplar, que tinham prazer na leitura e na exposição da Bíblia
Sagrada. São chamados precursores porque antecederam aos reformadores e,
principalmente, porque não conseguiram descobrir a graça salvadora através do legalismo
religioso, as doutrinas heréticas. Por causa do espaço vamos destacar apenas
dois principais precursores da Reforma que foram: João Wyclif e João Huss.
JOÃO WYCLIF (1328-1384). Professor em Oxford, Inglaterra. Foi condenado como
herege pelo tribunal da Inquisição por criticar os erros da Igreja Romana. Ele
ajudou a diminuir a influencia e poder da Igreja em seu país e deu ao povo
Inglês a Bíblia em sua própria língua (naquele tempo o povo não tinha acesso a
Bíblia, pois a mesma só era permitida aos sacerdotes romanos), declarou que o
papa era o anti-cristo, e afirmou que só a Bíblia revela o plano da salvação. Acusado
de heresias ele perguntou
ao clero que o acusava “porque viviam eles vidas tão ímpias, como ousava só por
amor ao lucro fazer comércio com a graça de Deus”. Apesar da ira do clero
romano Wyclif morreu em sua cama. Quarenta anos depois de sua morte, por ordem
do Papa seu túmulo foi aberto, o caixão e o esqueleto queimado publicamente, e
as cinzas atiradas no Rio Swift na Inglaterra.
JOÃO HUSS (1328-1384). Reitor da
universidade de Praga (Tcheco) Foi um seguidor da doutrina de Wyclif, cujos
escritos haviam penetrado em seu país. Tornou-se pregador destemido; atacava as
heresias do clero e as corrupções da igreja, com veemência arrebatadora, condenava
a venda de indulgência; rejeitava o purgatório, o culto dos santos e ouso do
latim na liturgia, exaltava a Bíblia acima dos dogmas e ordenanças da Igreja de
Roma. No concílio de Constança
o veredito já estava feito. Huss seria queimado no poste. Os seus inimigos
tiraram-Ihes as vestes e lhe rasparam a cabeça. Puseram-lhe um capuz em que se
achavam pintadas figuras de demônios e a palavra "Arqui-herege".
"Mui jubilosamente, disse Huss;
usarei a coroa da vergonha por amor de ti, Ó Senhor Jesus, que usaste por mim uma coroa de espinhos".
Agora, disseram os bispos, votamos tua
alma ao diabo.
- E eu, replicou Huss, olhando para o céu,
me tuas mãos entrego o meu espírito, Ó Senhor Jesus, pois Tu me remiste.
Ao ser amarrado a um grande poste, foi-lhe dada por fim, a
oportunidade voltar à Igreja Católica Romana e salvar a vida. Nem por um
momento considerou ele o ceder à falsa Igreja.
- A que erros renunciarei? Perguntou com
uma voz clara.
Não me
reconheço culpado de nenhum. Chamo a Deus por testemunha de que tudo quanto
escrevi e preguei foi com o desígnio de salvar almas do pecado e da perdição; e,
portanto com prazer confirmo com o meu próprio sangue a verdade que escrevi e
preguei.
Ouvindo esta última decisão, os inimigos
ateavam fogo. Por entre o fumo e as chamas, Huss cantou “Tu filho de Davi, tem
misericórdia de mim”. Inclinou a cabeça, mas seus lábios continuaram a mover-se
como em oração. Por
fim tudo silenciou.
Houve muitos outros vultos da história e
grupos de crentes que são considerados “pré-reformadores:,
Por exemplo: Jeronimo
Savonarola, Valdo de Lião, os Albigenses, Os Anabatistas e outros que não
citaremos aqui porque nos faltaria espaço.
▪ Os precursores da reforma que lutaram
contra as heresias, atrocidades e depravações do clero da Igreja Romana
ajudaram a surgir a Reforma que ocorreu a partir do dia 31 de Outubro de 1517,
quando Martinho Lutero afixou na porta da Igreja de Witemberg na Alemanha, as
95 teses que combatia várias doutrinas heréticas ensinadas pela Igreja Católica.
MARTINHO LUTERO (1483-1546). Nasceu no
dia 10 de Novembro de 1483, em Eisleben – Alemanha e a casa aonde ele nasceu é
conservada até hoje. Teólogo e reformador religioso
alemão iniciou a Reforma protestante. Personagem fundamental da história
moderna européia, sua influência alcançou não somente a religião, mas a
política, a economia, a educação, a filosofia, a linguagem, a música e outras
áreas culturais. No verão de 1512, doutorou-se em Teologia na Universidade de
Wittenberg. Foi atuante pregador, professor e administrador. Ao estudar o Novo
Testamento para a preparação de suas aulas, convenceu-se de que os cristãos são
salvos não por seus próprios esforços e méritos, mas pelo dom da graça de Deus,
aceita pela fé. Em 1517, expôs, na porta da Igreja de Todos os Santos de
Wittenberg, suas 95 teses, escritas em latim, contra a venda de indulgências.
Lutero defendeu suas opiniões, energicamente, nos debates universitários
públicos em Wittenberg e outras cidades. Em 1520, esta posição acabou
provocando um inquérito, por parte da Igreja romana, que acabou com a
condenação a seus ensinamentos e sua excomunhão pelo papa Leão X. Na Dieta
de Worms pediram-lhe que se retratasse ante as autoridades seculares e
eclesiásticas, mas ele se negou a retratar-se. Federico, o Sábio, príncipe da
Saxônia manteve-o em seu castelo de Wartburg, onde Lutero iniciou a tradução do
Novo Testamento do original grego para o alemã, importante contribuição para o
desenvolvimento da língua alemã. Em 1529, publicou seu Pequeno catecismo onde
explica, em linguagem simples, a teologia da Reforma evangélica. Sua influência
estendeu-se ao norte e a leste da Europa e seu prestígio contribuiu para que
Wittenberg se tornasse um centro intelectual.
HULDREICH ZWINGLIO (1484-1531). Nasceu em 1484 no povoado de Wildhaus, da família de
fazendeiros, Zwinglio, recebeu o grau de bacharel em artes estudando nas
Universidades de Viena e Basiléia. Em 1506 tornou-se padre, embora o seu
interesse pela religião fosse mais intelectual do que espiritual. Em 1520
passou por uma profunda experiência espiritual, causada pela morte de um irmão
querido. Dois anos depois iniciou um trabalho de pregação do evangelho, baseando-se tão somente na
Escritura Sagrada. O Papa Adriano VI proibiu-o de pregar. Poucos meses depois,
o governo de Zurique, na Suíça, resolveu apoiar Zwínglio e ordenou que ele
continuasse pregando. Em 1525 casou-se com uma viúva chamada Ana Reinhard.
Nesse mesmo ano Zurique tornou-se, oficialmente, protestante. Outros cantões
(estados) suíços também aderiram ao protestantismo. As divergências entre os
estados Protestantes e os que permaneceram fiéis a Roma iam-se aprofundando. Em
1531 estourou a guerra entre os estados católicos e os protestantes, liderados
por Zurique. Zwínglio, homem de gênio forte, também foi para o campo de
batalha, onde morreu no dia 11 de outubro de 1531. Zwínglio morreu, mas o
movimento iniciado por ele não morreu. Outros líderes deram continuidade ao seu
trabalho. Suas idéias foram reestudadas e aperfeiçoadas.
JOÃO CALVINO (1509-1564). João Calvino nasceu em Noyon,
Picardia, França, no dia 10 de julho de 1509. Teólogo
francês aos 14 anos foi estudar em Paris preparando-se para entrar na
universidade. Estudou gramática, retórica, lógica, aritmética, geometria,
astronomia e música. Em 1528, com 19 anos, iniciou seus estudos em Direito e,
depois,
JOHN KNOX (1505/15-1587). O grande nome da Reforma Escocês. Supõe-se
que tenha nascido entre os anos 1505 a 1515. Sob a sua influência, o parlamento
escocês declarou o país oficialmente protestante, em dezembro de 1567. A igreja
organizada por ele e seus auxiliares recebeu o nome de Igreja Presbiteriana.
John Knox faleceu no dia 24 de novembro de 1587.
496 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE
Houve ainda outros
Reformadores, mais destacamos aqui os principais, os que mais se destacaram
neste processo de combate há várias doutrinas
heréticas ensinadas pela Igreja Católica. O Termo Protestante que passou
a ser chamado os Reformadores surgiu porque em 1529 o imperador Carlos V
convocou a dieta de Spira e decidiu que os católicos podiam ensinar sua
religião nos Estados Luteranos, mais proibiu os Luteranos de ensinar nos
Estados Católicos da Alemanha. Contra isto os príncipes alemães ergueram um formal
protesto, ficando assim conhecidos por PROTESTANTES. O nome aplicado,
originalmente aos Luteranos estendeu-se no uso popular aos que hoje protestam
contra a usurpação Papal, o que inclui todas as denominações cristãs
evangélicas.
Hoje mesmo existindo diversas denominações Protestantes, todas com suas particularidades e costumes, as doutrinas principais que nos foi legado pelos Reformadores e por milhares que morreram por estas verdades, continuam presentes em todas as Igrejas Protestantes.
Estamos Comemorando os 496 Anos da Reforma. Neste Dia 31 de
Outubro, o Dia da Reforma Protestante, data em que Martinho Lutero em 1517 expôs na porta da Igreja de
Todos os Santos de Wittenberg, suas 95 teses.
Um dos lemas da Reforma é "Igreja Reformada, sempre Reformando". A Reforma não é estática, mas dinâmica. Precisamos resgatar e manter sempre viva a nossa herança reformada.
Estamos nesta terra, porém não somos deste mundo, esse foi o ensino que nosso Senhor JESUS nos transmitiu nos comissionando a sermos discípulo que transmita luz e sabor em meio as gerações corrompidas, portanto é importante vivermos esta fé, como fez Martinho Lutero e os Reformadores e sermos avivados e vivificados, como eles foram e trouxe o avivamento e o resgate da verdade, para uma Igreja Perdida e desviada da verdade de Cristo. Precisamos sacudir de nós o jugo do comodismo para nos tornarmos um exército formidável de obreiros , prontos a fazer a obra de Deus, no poder do Espírito Santo. FELIZ DIA DA REFORMA!
Pastor Leonardo Gomes.
Vice-Presidente do Nosso Ministério.





